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31 de dezembro de 2007

Momento

Meu às vezes,meu longe
meu perto.O meu que não me pertence,
que não me deram de presente.
Passou lá tão rápido
que só pude sentir seu perfume bem longe e já frio.

O gosto doce aqui dentro que amarga na boca
não sai,não cura,não jura e não fere
nem se esquece.
Não sei daonde disparou esse tiro,
mas sei onde me atingiu e agora sangra.

Estranho sangue cor d'água que não cheira,
não suja,
mas machuca.

Meu estranho intímo que se despede a cada sorriso
que me fala de longe como se fosse ao pé do ouvido.
E mesmo assim ainda me provoca arrepios dos pés
à nuca.

sorrindo das minhas lágrimas eu vivo a lembrar
da dança,do pôr-do-sol,do cigarro,da música
da paisagem nos teus olhos,da paisagem da tua janela,
do teu sono e dos teus baços.

Dizem que o tempo tudo cura,
pelo visto meu tempo não passa
a cura não chega e essa agonia do incerto me aprisiona.
Sei que exagero,como agora.
Mas têm dias que não dá pra suportar,
outros dias nem vejo passar.

Estou no ápice do meu pranto então
pra cá venho e escrevo.
Não quero que achem minhas palavras bonitas
nem escrevo pra agradar alguém.
Não sou poeta e nunca serei,
não tenho dom e não é minha praia.
simplesmente escrevo sentimentos expostos ou não.

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