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10 de janeiro de 2008

Feche os olhos

Quando amanhece no vilarejo Esperança,os pássaros começam a cantarolar como despertadores que funcionam à luz solar.As janelas logo são abertas e as vozes entoam num ritimo só,bom dia! o cumprimento é tão normal quanto abrir os olhos,lá as pessoas se olham e sorriem entre si como um pacto de cumplicidade.


Não demora muito e o aroma de café fresco começa percorrer por todo vilarejo,o cheiro do café se mistura ao dos pés de eucalípito que formam uma grande muralha na beirinha da estrada.Ainda posso ouvir lá longe o canto de algumas donas-de-casa que ainda
preservam o hábito herdado de seus antepassandos de lavar as roupas nas pedras da cachoeira.


As crianças correm de um lado para outro atrás dos patos,galinhas e dos filhotes de porcos que são criados para uma futura ceia...Veja! é o carteiro Sr. Cartóviski.Ele passa por aqui todos os dias,para entregar esperanças,matar saudades,trazer boas ou más notícias,através das dezenas de cartas que traz dentro daquela grande e velha bolsa de couro marrom.


Aqui o tempo passa lento,mas já está quase na hora do almoço,as crianças com seus banhos já tomados aguardam na mesa como filhotes de aves no ninho.É hora de saborear aqueles pés-de-verduras cultivados tão cuidadosamente na terra farta.

A noite vai caindo, as cigarras anunciam a previsão do tempo.Lá no céu surge a Dalva e os olhos se enchem de prazer ao notá-la,os grilos começam a festa recheada com canções que irão até o raiar do dia. A brisa traz o cheiro de terra, a lua já ilumina as árvores que bailam de um lado para o outro numa sinfonia silenciosa.

É hora de dormir.

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